Caneta azul… ou vermelha?
Corria o ano de 1984 quando estava em marcha uma campanha pela emancipação do distrito de Santa Luzia.
Apoiava a emancipação praticamente todo mundo: o então prefeito Almir Melo, os ex-prefeitos Boinha Cavalcante e Osmário Batista, um outro líder político santaluziense bastante forte, Agnaldo Ferreira dos Santos, que por sinal foi prefeito de Santa Luzia mais tarde e morreu no exercício do cargo.
Aí então surgiu uma divergência entre Osmário e Agnaldo: cada um queria mostrar mais força e prestígio, aparecendo como o “pai da emancipação”, de olho na futura eleição que elegeria o primeiro prefeito do novo município.
Foi quando Osmário decidiu: – Meus liderados votarão Sim riscando o quadrinho da cédula eleitoral com caneta vermelha.
– Será com caneta azul o X na cédula eleitoral dos meus liderados, decidiu Agnaldo.
Logo em seguida Agnaldo mandou vir um grande carregamento de caneta azul de Salvador, enquanto Osmário já providenciava a vinda de caixas e mais caixas de caneta vermelha.
Aí a Justiça Eleitoral vetou esse tipo de plebiscito de voto marcado pela cor… o risco no quadrinho do X podia ser com caneta azul, vermelha, preta, verde, lilás… que o voto mostrasse claramente a vontade do eleitor, sem qualquer indício de que ele estava identificando se votou Sim ou Não.