A audiência realizada em Brasília sobre o projeto do Corredor Ferroviário Fico/FIOL, no dia 11 de março, gerou críticas contundentes quanto ao andamento das obras e ao custo do projeto, que prevê a construção de cerca de 2.700 quilômetros de trilhos atravessando quatro estados: Bahia, Tocantins, Goiás e Mato Grosso. Especialistas presentes no evento questionaram o custo estimado de R$ 14,5 milhões por quilômetro, argumentando que o valor realista seria de R$ 22 milhões, levando em consideração as condições atuais do mercado e as necessidades do projeto.
Outro ponto amplamente criticado foi o ritmo de construção, estimado em 200 quilômetros por ano. Para os especialistas, esse número é irrealista e muito abaixo do que seria necessário para cumprir os prazos estabelecidos. A expectativa mais plausível seria de que a construção fosse limitada a 60 a 70 quilômetros anuais, o que atrasaria consideravelmente a conclusão de todo o projeto.
Além dessas críticas, uma preocupação adicional foi levantada sobre o andamento do Porto de Ilhéus, cuja construção ainda está indefinida. A falta de clareza sobre a implantação do complexo portuário foi apontada como um fator que poderia comprometer ainda mais o avanço do corredor ferroviário, uma vez que a infraestrutura portuária é essencial para o escoamento da produção, especialmente de grãos e minério, prevista para ser transportada por essa nova ferrovia.
O projeto total do corredor ferroviário está orçado em R$ 17,6 bilhões e deve ser concluído em um período de 12 anos. A expectativa é que a construção traga benefícios significativos para a logística do país, mas a falta de clareza em algumas etapas e o baixo ritmo de execução indicam que haverá desafios pela frente. Especialistas também alertam para o desinteresse de alguns grupos econômicos, que podem estar dificultando o andamento do projeto.
As críticas e questionamentos surgiram em um cenário de baixo comparecimento à audiência, mas as autoridades estão acompanhando a situação e uma nova audiência será realizada em Salvador para discutir o andamento do projeto.
Essa questão continua a ser monitorada, especialmente em relação à viabilidade das obras e seus impactos para a Bahia e os estados vizinhos, destacando a importância de uma gestão eficiente para o sucesso do projeto.